terça-feira, 26 de junho de 2012

"Rothschiiiiiiiilllld" e não "Rothschailddddde''' !!!!!!!

Seguidores de Baco,


Hoje vou falar um pouquinho para aqueles que como eu acreditam que vinho é uma bebida viva, não só uma garrafa com um punhado de líquido dentro, mas sim uma fonte de alegria, filosofia e história. Lembrem-se sempre dos vinhos comerciais de baixo valor que muitos de nós bebemos no dia a dia... eles também fazem a história... mas olhemos além... olhemos para vinhos feitos com alma,conhecimento e dedicação.
Os Rothschild representam muito bem isso que lhes falo... uma família que surgiu do nada e fez de seu nome um ícone de riqueza, influência, amor e expertise a tudo que se dedicam. Nome esse que ao contrário do que a maioria pensa não se pronuncia "Rothschaaiiiilllld" e sim "Rothschild" já que vem do alemão e significa "escudo vermelho". É certo que o grande negócio dessa família nunca foi vinho, mas sim os bancos, transações e negociações... sempre com muita influência pelo mundo.
Mas os Rothschild também desenvolveram ao longo dos anos além do grande tino comercial... um extremo bom gosto pelas artes e pelo vinho.
Ao longo dos anos os Rothschild se dividem em dois ramos familiares principais: Francês e Inglês. Esses dois ramos se interessaram pela produção de vinhos o primeiro ficou com o Château Lafite - Premier Grand Cru de Bordeaux, com Edmond no leme e um verdadeiro midas no mundo dos negócios, logo Edmond viu que seria possível ganhar dinheiro com vinho e investiu no novo Chateau Clarke que produziria um vinho honesto para a classe média e dispensaria considerável atenção ao marketing. Quase de imediato conquistou o grosso de suas vendas no exterior, mais tarde atravessou o atlântico e juntou-se a Robert Mondavi casando "técnicas clássicas de Bordeaux com a alta tecnologia da Califórina", desse casamento surgiu o também famoso "Opus One".
O ramo inglês comandado por Nathaniel tem o bom senso de comprar o Château Mouton, que inicialmente pertencia a categoria de Second Cru, mas posteriormente tornou-se um Premier Grand Cru... não se sabe se por influências políticas, mas de qualquer modo é um vinho magnífico. Nathaniel também criou um vinho honesto e acessível o Mouton~Cadet.

Esse é uma breve introdução do que se pode tirar desse livro magnífico "A Dinastia Rothschild", que conta a magnífica história da família ao longo de dois séculos.

Uma grande dica para quem gosta de história e vinhos.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O vinho de Montisquieu!!!!!!!




Seguidores de Baco,

Pois é todo o mundo da muito valor a classificação dos GRAND CRU dos vinhos do Médoc de 1855.
Mas poucos sabem dos GRAND CRU DE GRAVES que é a única classificação que se aplica tanto aos brancos quanto aos tintos e é considerada a nata de GRAVES. AOC Pessac~Léognan.

"O Chateau Latour ~ Martillac deve seu nome a torre que decora a propriedade, vestígio de uma fortificação construída em Martillac no século XII pelos ancestrais do filósofo e vinicultor Montesquieu.
O rótulo é o mesmo desde 1834. Esta safra foi escolhida pela Wine and Spirit Benevolente Society de Londres para ser servido no banquete de coroação do rei GeorgeVI, em 1836 no Palácio de Bunckingham.
Chateau Latour~Martillac se afirma cada vez mais nos terrenos dos grandes de apelação, mesmo sem nunca ter sido pequeno, pois é uma das seis propriedades de Bordeaux classificados Grand Cru, tanto nos tintos quanto nos brancos, mas se consolida como um ícone de Graves." 

Tive o prazer de ser presenteado com a safra 2006 de um vinho com tanta história... segundo o produtor o vinho estará em seu melhor por volta de 2020, tendo de ser decantado por 4h.

Resolvi seguir parcialmente o conselho e irei guardá-lo por alguns anos ... mas provavelmente não até 2020 hehehhe.

Como vou ficar devendo a prova do vinho coloco aqui a ficha técnica do mesmo:

  LATOUR MARTILLAC Rouge 2006  

Technique :  
  
Vendanges: du 13 septembre au 6 octobre 
  Mise en bouteilles : juin 2008 
  Barriques: 30 à 50 % neuves 
Durée d'Elevage:  16 à 20 mois  
  
Assemblage :   

54 % Cabernet Sauvignon     42% Merlot     4% Petit Verdot 
  
MétéoUn hiver long et un printemps favorable ont aidé une floraison rapide, annonçant des fruits 
homogènes. La sécheresse de Juillet, de même que le froid relatif du mois d’août, n’ont fait que ralentir la maturité des différents cépages, favorisant une riche constitution des raisins. 
En Septembre et Octobre, les vendanges se sont déroulées aux dates habituelles, et dans de bonnes 
conditions climatiques. Les températures du mois d’août ont permis la construction de beaux tannins. Par la suite, l’été indien a permis une maturité optimale des différents cépages. Les derniers jours de septembre ont été en particulier favorables au cépage Cabernet Sauvignon qui constitue la solide colonne vertébrale de ce 
millésime. 
Commentaire: A la mise en bouteille, les arômes de fruits rouges et d’épices sont bien développés. Ses tannins murs, ronds et bien construits laissent place à une finale longue. Grâce à cet équilibre, 2006 dispose d’un excellent potentiel de garde.         





sábado, 16 de junho de 2012

Licínio Dias - Ramos Pinto por João Nicolau de Almeida

Seguidores de Baco,

Tive o prazer nessa última segunda-feira de participar da degustação guiada da Ramos Pinto na Casa dos Frios das Graças.



A mesma não poderia ter sido melhor, já que foi guiada pelo enólogo João Nicolau de Almeida, filho de Fernando Nicolau de Almeida criador do mítico Barca Velha , enólogo da velha guarda com formação em Bordeaux, um dos responsáveis pela modernização do DOURO e por seus vinhos tais como conhecemos hoje. De fala mansa e ao mesmo tempo segura, João Nicolau apresentou e falou um pouco de seus vinhos, que diga-se de passagem são excelentes, desde o conhecido Duas Quintas que é o vinho mais simples da casa até o Duas Quintas Reserva Especial.

Vinhos degustados:

Duas Quintas Reserva Branco 2009 - Viosinho, Rabigato e Arinto.


Duas Quintas Tinto 2008 - Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional.


Collection DOC 2007 - Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca.


Duas Quintas Reserva Tinto 2006 - Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca


Duas Quintas Reserva Especial 2008 - Castas Misturadas de Vinhas Velhas.


Adriano Reserva - Tinta Roriz, Tinta Cão e Touriga Franca.


Para mim a grande e boa surpresa da noite foi o Collection Douro 2007 que é um vinho português com certeza, porém com alma, vida e finesse francesa. Muito elegante e sedoso.

E finalmente o Duas Quintas Reserva Especial 2004, um vinho intenso em retrogosto, persistência e taninos polidos que podem ser muito bem apreciados agora ou esperar mais alguns bons anos, pois é um vinho com grande estrutura. Por fim o que mais me chamou a atenção nesse grande vinho foi um final finamente adocicado mas sem ser enjoativo... sensação incrível na boca.

Para Finalizar vejam o vídeo com as palavras de João Nicolau sobre a fermentação dos vinhos tintos em baixa temperatura e o quanto os vinhos do Douro ganharam com isso.



João Marcos Bueno Afonso de Barros Santos.