sábado, 25 de fevereiro de 2012

Bebendo História!!!!

Seguidores de Baco,

Hoje irei dividir com vocês um momento muito especial para mim que sou um amante inveterado do vinho... Há muito tempo vinha procurando pela produção limitada do vinho Português - Paulo Laureano Tradições Antigas em talha de barro de 750 ml.  Este vinho é uma edição especial feita por encomenda da Adega Alentejana sendo 2400 garrafas e apenas 600 talhas de barro. Cheio de pormenores na fabricação... no mínimo é um vinho extremamente original.
Trata-se realmente de um vinho histórico , a produção de vinhos em talha, grandes ânforas de barro, remonta à civilização romana. Portugal, assim como a Península Ibérica, foi ocupado pelos romanos durante longos anos. A fabricação dos vinhos em talha se manteve em sua essência durante grande período, assumindo determinante importância na forma de produção do vinho no Alentejo nos séculos XVIII e XIX. Após a revolução da vitivinicultura Alentejana no século XX, praticamente os vinhos de talha desapareceram, com exceção de pequenas adegas em Borba e na região de Vila dos Frades. Essa região encontra-se junto à histórica região da Vidigueira, lado a lado com um dos centros arqueológicos, S. Cucufate, testemunho da presença romana na Península Ibérica,  que pode ser visitado atualmente.






A Paulo Laureano Vinus na Vinícola de Monte Novo de Lisboa, onde existem 14 ânforas de uma coleção de talhas do século XIX, aderiu ao espírito cultural de preservação e desenhou para o Brasil um exclusivo vinho em talha construído de forma quase integral como se estivéssemos na época dos Césares.

Detalhes da fabricação:
Para este vinho foram escolhidas vinhas velhas autóctones (naturais do território) portuguesas: Aragonês, Trincadeira, Alfrocheiro, Tinta Grossa e Alicant Bouschet que foram desengaçadas de forma tradicional no ripanso (velha peça em madeira que serve para desengaçar e esmagar as uvas de forma manual).
Depois de colocadas em duas talhas, as uvas fermentaram por oito dias com vários recalques ( rebaixamento das partes sólidas para o interior do mosto em fermentação) com cruzetas de madeira para uma boa extração de cor e taninos.
Finalizada a fermentação, o vinho foi deixado para clarificar naturalmente através do depósito de todos os sólidos no fundo da talha. Então o vinho fermentado foi retirado passando pelas partes sólidas (cascas, sementes e engaços) e filtrado.
Após isso passou por um período de alguns meses em cubas de inox para ganhar refinamento aromático e de estrutura e finalmente foi transferido enchendo 2400 garrafas e apenas 600 talhas de barros das quais uma é minha!!!!!

Para esse vinho dispenso as especificações técnicas e deixo só o registro de que você está bebendo história!




"Porque o vinho não vai para as garrafas sozinho." Paulo Laureano.





terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Homem VS Vinho


Os homens podem e devem ser comparados aos vinhos. Os dois possuem uma história longa e verdadeiras características em comum.
Os vinhos têm vida e, como os homens, uns melhoram com o passar dos anos e outros não.
Os vinhos possuem características relacionadas ao seu tipo: brancos, roses e tintos, doces, licorosos... etc... os homens possuem raças diferentes: brancos, negros e asiáticos, caboclos, mulatos ... etc...
Os vinhos são influenciados pelo “Terroir”, ou seja, pelo clima, terreno, a maneira que são produzidos, a presença do enólogo.. nós homens também sofremos grandes influências do que nos envolve... De onde nascemos da cultura e educação que recebemos... Isso tudo irá definir nosso caráter e personalidade, assim como acontece com os vinhos.
Nós homens já sofremos com doenças e pragas que quase acabaram conosco... Assim como os vinhos sofreram com a filoxera.
Quando jovens normalmente somos mais enérgicos, explosivos, possuímos algumas características que são facilmente detectáveis. Com o passar dos anos nos adaptamos, ficamos mais calmos, não temos mais aquela euforia e vivacidade, mas ganhamos cultura e equilíbrio, nos tornamos mais serenos e complexos com qualidades e defeitos que antes não eram percebidos... Os vinhos também.
Os vinhos, se bem armazenados, mantidos em temperatura correta, e se já possuem um bom DNA podem durar muitos anos... Nós homens, se cuidarmos do nosso corpo e mente, se em nossa família tivermos pessoas que vivem por muitos anos também tenderemos a viver mais.
Muitas vezes os vinhos são julgados por sua roupagem: garrafa, preço, marca, se têm um rótulo bonito... Isso também é real para os homens, muitas vezes somos julgados por nossa aparência... Em ambos os casos nem sempre o que está por fora corresponde ao conteúdo.
Por fim, nós homens somos muito diferentes uns dos outros, temos personalidades diferentes: calmos e serenos, nervosos e ranzinzas, magros e altos, gordos e baixos... Os vinhos podem ser, por exemplo, um Pinot Noir: leve e elegante, um Cabernet: potente e encorpado ou ser vivo e sedutor como um Champagne.
O importante é sabermos respeitar as diferenças tanto nos vinhos quanto nos homens... Todos possuem seu lugar...
Então que possamos manter nossas cabeças abertas e enterrarmos nossos preconceitos. Vida longa a nós homens e aos vinhos!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Torre Muga 2005 - Rioja

Seguidores de Baco,

Ontem eu e minha esposa tivemos o enorme prazer de desfrutar da companhia dos meus queridos Eduardo e Natália. Para vocês que não conhecem Eduardo... ele é uma daquelas figuras que conversa com todo mundo e logo faz amizade... mas voltando ao nosso passeio  fomos ao Club Du Vin na intenção apenas de jantar, bater um papo e tomar um vinho, chegando lá fomos muito bem recebidos pelo garçom Fábio que desenvolve um belo serviço e entende bastante de vinhos e que já é amigo do Dudu e que espero que venha se tornar meu amigo também. Tínhamos escolhido um leve Pinot Noir para acompanhar a entrada e já estávamos em discussão de qual seria o vinho ideal para acompanhar a maravilhosa paleta de cordeiro confitada com batatas assadas e molho de rapadura ao poivre que é uma obra de arte criada por Hugo Prouvot (No final foi mais uma grande indicação do amigo Fábio ... um excelente cabernet Argentino... que citarei em outro post.)... eis que me chega o Fábio com duas taças cedidas por uma mesa presente no local que devia ser formada por grandes apreciadores de vinhos... e supresa... era o excelentíssimo Torre Muga 2005!! Néctar dos Deuses.... simplesmente mais uma grande obra de arte!


Torre Muga 2005:


Aparência: Límpido, Intensidade Profunda, Rubi Intenso.

Nariz: Limpo, Intensidade Profunda,  Frutas Negras: ameixa preta , mas tem um toque de cereja - couro - madeira, tabaco.

Boca: Seco, Acidez controlada, Encorpado - muito denso/complexo - Caramelo, Frutas, Especiarias, Persistência: Alta.

Conclusão: Excelente / Vinho que precisa decantar ai por 2 horas e ainda se desenvolve na taça... muito complexo, cheio de aromas que vão evoluindo... na boca é extremamente encorpado, equilibrado, sedoso. Está pronto para ser bebido ... não agride ... mas pode-se guardar ainda por uns 12 anos.. só deve evoluir.

Prêmios: 94 pts. Robert Parker ; 92 pts. Wine Spectator.

Preço: R$340,00.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Les Hauts de Janeil Rosé de Syrah - Domaines François Lurton

Seguidores de Baco,

Se você também já foi cheio de preconceitos quanto ao vinho Rosé, faça como eu e e pare de vez com isso. Abrir a cabeça e o coração só lhe fará bem e ainda lhe trará um enorme prazer. Sabe aquela história verídica de que cada panela tem sua tampa? Pois é...se aplica direitinho neste caso. Nada como se informar, abrir a mente e curtir um belo casamento. O casamento em questão é do vinho Les Hauts de Janeil Rosé de Syrah - Domaines François Lurton, acompanhado de um belo e bom carpaccio, essa combinação foi indicação do meu mestre de vinhos no WSET 1 e 2, Eugenio Echeverria e só posso dizer que caiu como uma luva. Você também deve prová-lo na beira da piscina, o vinho é fresco e saboroso e nesse calor deve ficar o MUST!




Les Hauts de Janeil Rosé de Syrah - Domaines François Lurton:


Aparência: Límpido, Intensidade Média, Rosa Salmão

Nariz: Límpido, Intensidade Média, Frutas Vermelhas - Morango

Boca: Seco, Média Acidez,  Corpo Ligeiro, Frutas Vermelhas - Morango, Persistência Média.

Conclusão: Muito Bom - Leve , saboroso e refrescante

Prêmios:  Gula - melhores vinhos de 2008

Preço: R$44,00

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Château Kefraya 2007

Seguidores de Baco,

Hoje vou falar de um dos melhores exemplares de vinho que já experimentei. Trata-se de um vinho libanês com um imenso caráter francês, aliás quase todas as  uvas produzidas no vale do Bekaa são de origem francesa: Cabernet, Syrah, Mourvèdre, Grenache, Carignan, Cinsault, Sauvignon Blanc, Ugni Blanc... a única não francesa é a espanhola Tempranillo.
O vinho de corte: Cabernet, Mourvèdre, Carignan e Grenache mostrou-se diferente de tudo que já havia tomado ... com um extremo terroso muito agradável na boca e no nariz, tem um excelente corpo e perfeito equilíbrio... realmente é um daqueles vinhos que não se esquece jamais.



Château Kefraya 2007:

Aparência: Límpido, Intensidade Profunda, Rubi Intenso

Nariz: Limpo, Pronunciado: frutas vermelhas, especiarias, minerais - terra/terroso

Boca: Seco, Alta Acidez, Taninos Potentes e Elegantes, Encorpado

Conclusão: Excelente, tem saúde para guarda de mais uns 10 anos. Corpo e Elegância com uma caracterísca terrosa/mineral bem particular.

Prêmios: Wine Enthusiast - 91 pontos (1997) / Prazeres da Mesa - 3 estrelas ( 2000 e 2001)

Preço: R$143,00 - Vale tudo o que se paga!
 

sábado, 11 de fevereiro de 2012

4 Estaciones Vernus Blend!

Seguidores de Baco,

Depois de uma parada estratégica para me dedicar aos cursos de nível um e dois da Wine e Spirit Education Trust, do qual ainda não possuo o resultado pois as provas são enviadas a Inglaterra para correção (muito chique né!!), fico aqui sofrendo por antecipação.
Mas voltemos aos trabalhos... e para hoje escolhi o vinho Vernus da gigante Santa Helena do Chile, aquela mesma produtora do Santa Helena Reservado que você vê nas gôndolas dos supermercados. O Vernus possui um rótulo muito bonito que sempre me chamou a atenção e eu mesmo não sabia que era da Santa Helena. O vinho é composto por um Blend de Cabernet, Merlot, Petit Verdot e a Carmenère que substitui a Cabernet Franc no típico corte Bordalês.

Vamos agora à prova do vinho:

Aparência - Límpido; Intensidade Profunda ; Púrpura Intenso

Nariz - Limpo; pronunciado; frutas negras: ameixa preta, um pouco de madeira com um toque mentolado.

Boca - seco; alta acidez; taninos altos mas trabalhados; encorpado

Conclusão - muito bom; na minha opinião a madeira ainda está em processo de interação com o vinho em si, mas tem um excelente corpo: enche a boca e tende a melhorar com a guarda.

Preço - R$60,00 - Excelente custo X benefício.