sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os Portugueses Afrancesados....

Seguidores de Baco,

Quando falo em Portugueses Afrancesados falo de vinhos da terrinha que já possuem uma casta francesa em seu corte. São vinhos que perdem um pouco daquele "carranquismo", aquele tapão na boca tradicional, mas ganham em elegância e tornam-se mais fáceis de beber. São os portugueses ganhando o mundo, o que sinceramente estão fazendo muito bem. Na minha opinião são os donos dos vinhos com boa qualidade e bom preço.
O vinho que provei desta vez foi o Alabastro Reserva 2009 da Aliança, que foi comprada por Joe Berardo e passou a fazer parte do grupo Bacalhôa. Um vinho muito bem equilibrado, com muita fruta e um pouco de baunilha que passou nove meses em barricas de carvalho americano. Tem um bom corpo e uma boa persistência. Para mim pode ser comparado ao EA da Cartuxa e ao Meia Pipa da própria Bacalhôa.
Um bom vinho com um bom preço, mas sem muitas surpresas.

"Certa vez, numa viagem que fiz ao Afeganistão, perdi meu saca-rolhas e fui obrigado a passar vários dias sobrevivendo apenas com comida e água"  W.C. Fields, humorista e ator norte-americano.

Um menino fácil de ser convencido :)

Seguidores de Baco,

Meu pai me ligou enquanto estava no trabalho e me pediu para comprar uns vinhos portugueses que estavam em promoção na Casa dos Frios, comprei a encomenda: duas garrafas de Alabrasto Reserva e uma de Vadio...mas esses vinhos vão ficar para outro post. Como já estava lá na Casa dos Frios e não resisto a uma adega comecei a fuçar e prontamente fui atendido por um vendedor/sommelier bom papo que me convenceu sem muito esforço a trazer uma garrafa do Maculan Brentino IGT 2007. Estou me arriscando agora nos vinhos Italianos, pouco conheço deles e por isso resolvi antes de abri-lo pesquisar um pouco na internet e só achei um site americano que dizia que a safra 2007 tinha alcançado 89 pontos pela Wine Spectator... isso só fez aumentar minhas expectativas que no provar do vinho foram incrivelmente surpreendidas...pessoal é um vinho apaixonante ... com notas profundas de frutas pretas como amora e percebe-se a madeira... de cor é de um escuro profundo mas que mostra as bordas com tom granada! Na boca tem corpo e é sedoso... e extremamente elegante....tem uma persistência incrível e dá vontade de entornar a garrafa toda ainda deixando um gostinho de quero mais... acho que esse deu pra deixar vocês com vontade!!!



Dados do Vinho:
Uvas: 55% Merlot / 45% Cabernet
Graduação Alcoólica: 13,5%
Produtor: Maculan Società Agricola S.S.
Onde: Casa dos Frios
Preço: R$70,00

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Amancaya Gran Reserva 2009.

Seguidores de Baco,

Esse é o vinho com melhor custo/benefício que tomei no ano de 2011. Produzido pela Bodegas Caro que é uma associação de dois dos maiores produtores do mundo do vinho: Domaines Barons de Rotchild (Lafite) e a Catena Zapata. Detentor de 90 pontos pela Wine Spectator 2007 "smart buy" e de 91 pontos de Robert Parker em 2006.
Um vinho de corte com 30% cabernet e 70% malbec, de coloração escura e profunda com ótimas lágrimas, tem um pouco de borra o que mostra todo seu potencial de guarda. No nariz frutas maduras e na boca dá um show de sabor, tomando conta dela toda ... bem aveludado e um leve e sútil amargor no final.

Vinho: Amancaya Gran Reserva 2009
Uvas: 30% Cabernet/ 70% Malbec
Álcool: 14,5%
Onde Comprar:www.adegacuritibana.com.br
Preço: R$68,26



"The native indian woman of Mendonza used Amancaya, flower of the Andes, to decorate their hair in the spring"

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cavalo Maluco (Crazy Horse ) 2006 - Francisco Sousa Cardoso

Seguidores de Baco,

Para o encontro de Natal tive de escolher um vinho especial e seguindo a indicação de familiares da terrinha o vinho escolhido foi o Cavalo Maluco 2006. Para quem não sabe Cavalo Maluco (Crazy Horse) foi um grande chefe Sioux que resistiu à ocupação e destruição das terras e cultura do seu povo, permanecendo fiel aos seus valores e códigos de honra, pelos quais deu a vida. Cada ano de Cavalo Maluco presta uma homenagem a uma personalidade que se identifica com esse espírito e o escolhido de 2006 foi Francisco Sousa Cardoso - Um grande criador de cavalos em Portugal.
No seu contra - rótulo lemos a seguinte frase: "Um vinho que é uma força da natureza e que presta homenagem a todos os "Cavalos Malucos", apaixonados e desassombrados, que pensam pela sua cabeça e trilham o seu caminho, com paixão pela diferença."
O vinho requer decantação já que não é filtrado antes de ser engarrafado o que faz com que possua muita  borra e resíduo, um vinho diferenciado de produção reduzida de 3000 garrafas, que mostra toda uma potência e ao mesmo tempo um toque de delicadeza, causadas pela mistura das Tourigas e da delicada Petit Verdot. Um vinho que possui um grande potencial de guarda e só deve evoluir com o tempo. Ao prová-lo deixamos uma taça com o vinho reservada para sentirmos sua evolução em contato com ar, mostrou-se totalmente diferente ... um vinho que surpreende.  O ponto negativo é o preço elevado a que chega no Brasil, já que em Portugal gira em torno de 30 euros. 


Dados do Vinho:  
                                                                    
Cavalo maluco 2006 FSC
Vinho Regional Terras do Sado
Touriga Franca/Touriga Nacional e Petit Verdot              
Álcool - 13,5%


Onde: Casa dos Frios
Preço: R$ 180,00

sábado, 24 de dezembro de 2011

HoHoHo é Natal é Verão é Yellow!!!!!!!!!!!!!!!!

Seguidores de Baco,

O vinho hoje escolhido foi o Yellow Tail Shiraz 2010, um vinho extremamente jovem e fácil de beber, principalmente por aqueles que estão iniciando no mundo do vinho. Um vinho leve,pouco ácido e pouco encorpado, o clima mais moderado de New South Wales faz com que os vinhos não ganhem tanto corpo, mas possui um frutado intenso  e de certa complexidade que lembram especiarias e frutas negras. É um ótimo  exemplar do Shiraz Australiano mostrando toda sua tipicidade. Um vinho muito bom para quem não abre mão de um tinto mesmo no verão. Desce muito bem sozinho ou acompanhado de aves... seria em bom acompanhante para o peru de natal, um frango recheado e acho que também se sairia muito bem com pato.




















Dados do vinho:
Yellow Tail Shiraz 2010
13,5% álcool
Região: New South Wales
Preço - Bompreço - R$30,00.










Segundo o importador  é a terceira marca mais vendida no mundo e a mais vendida nos Estados Unidos. Sua estratégia é de ser  ao mesmo tempo simples e com preços acessíveis, mas sem perder a tipicidade e a qualidade.
Como todo vinho menos potente, este pede para ser servido a temperaturas mais baixas, o ideal seria mantê-lo entre 15 e 16 graus. 


Convido todos a um brinde e desejo um grande, feliz e farto Natal e ainda digo que agora ninguém tem a desculpa de dizer que não tomou vinho na ceia porque não sabia qual escolher ou porque vinho é uma bebida cara e tenho o dito HoHoHo!!!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Domingo em família!!!

Seguidores de Baco,




Aqueles que me conhecem ou que já passaram os olhos pelo meu blog sabem o quanto prezo pela companhia de minha família. Mas imaginem agora que sua família é formada por comilões que nem você e que acham realmente que comer e beber bem é algo digno de se fazer? E se ainda por cima forem admiradores de um bom vinho e souberem cozinhar como ninguém? Pois é, tive a sorte de nascer numa família assim... e mais sorte ainda de poder almoçar com eles em alguns domingos. Então já que fiz uma breve introdução vou começar a falar sobre nosso último almoço e para o início dos trabalhos vamos ao  Foie Gras, para quem não sabe foie gras significa "fígado gordo" e é produzido pela super alimentação do pato ou do ganso que juntamente com as trufas são consideradas as maiores iguarias da França. O foie gras em questão foi o verdadeiro, por favor não confundam com o patê de foie!! e foi trazido por meu pai em sua última viagem a França onde aprendeu com um parisiense companheiro de trabalho que todo bom foie gras merece um bom Sauternes (Vinho licoroso produzido na região de Sauternes através da ação de um fungo, esse processo é conhecido como podridão nobre), mas resolvemos dar uma abrasileirada dessa vez e escolhemos um Late Harvest ( Colheita Tardia) nacional, para ser mais específico o Salton Intenso produzido a partir da uva Chardonnay que cumpriu bem seu papel. O doce e melado do vinho é um excelente companheiro para toda gordura e presença do Foies, para saborear de joelhos!!!





Para o prato principal já que estamos em França, por favor continuemos em França. Continuamos com pato, só que o escolhido agora foi o Confit de Canard, ou seja, coxas de pato cozidas na própria godura de forma lenta e carinhosa, isso é feito  para que todo aquele sabor da gordura penetre nas fibras da coxa e a torne a coisa mais suculenta e saborosa que você possa provar. Foi servido com purê de mandioquinha  e uma calda levemente doce.... Sinceramente to aqui sonhando com esse almoço até agora, pato e purê feitos pelo grande gourmet que meu pai se tornou e a calda feita pela minha mãe, que como ela própria diz, cozinha em edições limitadas, pois nunca repete uma receita :). Para acompanhar poderíamos ter seguido a tradição e escolhido um Pinot Noir, mas não, resolvemos inovar e tiramos da adega um Cabernet Sauvignon Argentino , mas não qualquer um ... em homenagem ao cozinheiro foi levado o vinho que tirou o preconceito do mesmo em relação aos vinhos argentinos (lembrem-se que o cozinheiro é português , por isso rola um grande entrave em relações a vinhos de outras procedências, mas estamos evoluindo) o Alamos Cabernet da Zapata, um vinho muito bem feito e equilibrado que apesar de não ter o mesmo corpo de um Angélica Zapata equilibrou muito bem  com o prato, na verdade acho que justamente por isso não se sobrepôs ao pato fazendo um belo casamento.

                   

E para finalizar.... todos estão covidados!!!!!!!!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mondavi

Seguidores de Baco,

O vinho escolhido para nossa degustação foi um Californiano feito com a uva Zinfandel, também originária da Califórnia e que eu nunca havia provado. Essa uva segundo especialistas é envolta em mistérios, exames de DNA dizem que ela é idêntica a uva Primitivo do sul da Itália e uma outra uva obscura da Croácia. Os vinhos feitos com essa uva podem atingir 16% de álcool se forem produzidos  a partir de vinhas velhas o que aumenta a sensação de adocicado na boca. O vinho escolhido para adentrarmos o mundo Californiano na produção de vinhos foi o ROBERT MONDAVI PRIVATE SELECTION -ZINFANDEL-2009.
Esse vinho tem corpo mediano, cheiro muito presente de geleia  e compota de frutas vermelhas, sua porcentagem de álcool fica em 13,5, é correto e com taninos trabalhados.
Um bom vinho não seria seu preço de R$67,00, mas mesmo assim vale a experiência de conhecer um vinho diferente, por sua leveza e seu forte aroma de frutas vermelhas diria que lembra um Chianti.
Robert Mondavi, um capítulo a parte, grande produtor de vinhos de qualidade que deixou sua marca na história do vinho moderno. Construiu um verdadeiro império no Nappa Valley  e fez parcerias na Itália com a família Frescobaldi, no Chile com a família proprietária da Viña Errazuriz e em 79 se juntou ao Barão Phillipe de Rotschild e criaram o famoso vinho Opus One. Morreu em 2004 com um patrimônio de cerca de US$ 1,3 bilhões construídos ao redor do vinho.
Para terminar meu post fico com a frase de Mondavi gravada na rolha do vinho que provamos.
Um abraço e um ótimo feriado!