domingo, 23 de setembro de 2012

Vovó Manuela e o Quinta da Manuela 2001

Seguidores de Baco,

Agora sim posso postar sobre um vinho português que realmente superou minhas expectativas.... nada como aumentar o patamar de preço.... pois é, nessa última quinta-feira tive o prazer de provar o Quinta da Manuela 2001 Douro... foi a safra mais antiga que cheguei a provar ... o vinho é extremamente bem elaborado somente de vinhas velhas que estão nas mãos da família de Jorge Serôdio Borges desde 1800 e segundo Thiago Emery, representante no nordeste da Adega Alentejana, com mais de 30 castas em sua composição.
O vinho mostrou-se fresco e redondo .... mas  com um enorme potencial de guarda. Uma curiosidade é que o vinho até hoje é produzido de forma tradicional, sendo pisado a pé em lagares de granito.
Logo quando provei o vinho veio a minha cabeça a imagem de minha querida avó... Dona Manuela, também portuguesa.... e logo pensei que sim, este seria um vinho fácil de amar como é fácil o amor que tenho pela mesma....paixões particulares a parte, o vinho é fenomenal e merece imenso respeito ... vou agora sugerir ao amigo Thiago a garota propaganda: Dona Manuela... e tenho até o slogan: Aqui se envelhece bem!!!! ... pois é... Dona Manuela já está pertinho da idade das vinhas e sobe escadas como ninguém...

   


quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Os elegantes franceses....

Seguidores de Baco...

Já falei aqui sobre meu preconceito quanto aos vinhos franceses.... pura ignorância.... não ignorância teórica, pois estou cansado de ler e estudar sobre os maravilhosos franceses.... mas por experiência própria digo que a maioria dos vinhos acessíveis ... quando digo acessíveis,  falo de até o valor de 100 pilas ... não chegam a mostrar o que realmente são. Ou seja.... minha ignorância é prática pois pouco experimentei de vinhos dignos franceses.... mas de uns anos para cá tenho tido acesso a essas maravilhas e minha opinião mudou completamente.

Digo hoje que os vinhos franceses são os mais complexos e exuberantes que já experimentei em toda minha vida... são vinhos que despertam uma primeira, segunda e até terceira impressão tanto olfativa como  gustativa.

Para isso não precisei ir tão longe... não degustei os premier cru de Bordeaux e nem da Borgonha .... mas tive o prazer de provar um Chablis Grand Cru William Fevre 2007 que se mostrou extremamente leve, mas com uma persistência metálica no paladar muito equilibrada, com acidez exuberante... a melhor companhia para peixes brancos e ostras....



Em outra oportunidade provei o Château Lanlande-Borie 2006 .... Para quem não está familiarizado com Bordeaux, esta é a região de onde vem os grandes  Premier Grand Cru juntamente com seus preços estratosféricos.... por outro lado temos uma imensidão de produtores menores que fazem vinhos deliciosos que nos custam na Europa na faixa de seus 30 euros.... Esse vinho se encontra no topo dos vinhos dos pequenos produtores.... Não se compara com os vinhos baratos franceses.... pelo contrário... No início pensamos que se trata de um vinho desequilibrado... mas com um tempo de descanso vimos que merece aplausos... um vinho equilibrado e elegante.... muito saboroso e estruturado.... daí começa minha verdadeira paixão pelos vinhos de Bordeaux.... nesse caso da região de Saint Julien.....


Depois dessa maravilha pude provar o Château Maucaillou 2005 Moulis en Médoc.... pois é... tinha achado que tinha me apaixonado.... mas esse vinho me deu um tapa na cara e me jogou na parede...para tudo!!!!!.... bebi cada centavo desse vinho como se fosse o melhor néctar do mundo.... complexo... com sabores secundários, terciários e por ai vai.... em cada gole uma emoção diferente e surgiu a  grande, mas inerte vontade  de que aquela garrafa não acabasse... a partir desse momento meu coração foi tirado de Portugal e vi o porque de tanto frenesi quanto aos vinhos franceses ... meu pai como bom português que é,  nesse momento mostrou-se indignado e ao mesmo tempo apaixonado.... será que os vinhos franceses são mesmo melhores que os da terrinha? Rapaz ... comprei a tarefa tão difícil.... e jajá partiremos para tamanha discussão....


Até a próxima garrafa...


terça-feira, 26 de junho de 2012

"Rothschiiiiiiiilllld" e não "Rothschailddddde''' !!!!!!!

Seguidores de Baco,


Hoje vou falar um pouquinho para aqueles que como eu acreditam que vinho é uma bebida viva, não só uma garrafa com um punhado de líquido dentro, mas sim uma fonte de alegria, filosofia e história. Lembrem-se sempre dos vinhos comerciais de baixo valor que muitos de nós bebemos no dia a dia... eles também fazem a história... mas olhemos além... olhemos para vinhos feitos com alma,conhecimento e dedicação.
Os Rothschild representam muito bem isso que lhes falo... uma família que surgiu do nada e fez de seu nome um ícone de riqueza, influência, amor e expertise a tudo que se dedicam. Nome esse que ao contrário do que a maioria pensa não se pronuncia "Rothschaaiiiilllld" e sim "Rothschild" já que vem do alemão e significa "escudo vermelho". É certo que o grande negócio dessa família nunca foi vinho, mas sim os bancos, transações e negociações... sempre com muita influência pelo mundo.
Mas os Rothschild também desenvolveram ao longo dos anos além do grande tino comercial... um extremo bom gosto pelas artes e pelo vinho.
Ao longo dos anos os Rothschild se dividem em dois ramos familiares principais: Francês e Inglês. Esses dois ramos se interessaram pela produção de vinhos o primeiro ficou com o Château Lafite - Premier Grand Cru de Bordeaux, com Edmond no leme e um verdadeiro midas no mundo dos negócios, logo Edmond viu que seria possível ganhar dinheiro com vinho e investiu no novo Chateau Clarke que produziria um vinho honesto para a classe média e dispensaria considerável atenção ao marketing. Quase de imediato conquistou o grosso de suas vendas no exterior, mais tarde atravessou o atlântico e juntou-se a Robert Mondavi casando "técnicas clássicas de Bordeaux com a alta tecnologia da Califórina", desse casamento surgiu o também famoso "Opus One".
O ramo inglês comandado por Nathaniel tem o bom senso de comprar o Château Mouton, que inicialmente pertencia a categoria de Second Cru, mas posteriormente tornou-se um Premier Grand Cru... não se sabe se por influências políticas, mas de qualquer modo é um vinho magnífico. Nathaniel também criou um vinho honesto e acessível o Mouton~Cadet.

Esse é uma breve introdução do que se pode tirar desse livro magnífico "A Dinastia Rothschild", que conta a magnífica história da família ao longo de dois séculos.

Uma grande dica para quem gosta de história e vinhos.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O vinho de Montisquieu!!!!!!!




Seguidores de Baco,

Pois é todo o mundo da muito valor a classificação dos GRAND CRU dos vinhos do Médoc de 1855.
Mas poucos sabem dos GRAND CRU DE GRAVES que é a única classificação que se aplica tanto aos brancos quanto aos tintos e é considerada a nata de GRAVES. AOC Pessac~Léognan.

"O Chateau Latour ~ Martillac deve seu nome a torre que decora a propriedade, vestígio de uma fortificação construída em Martillac no século XII pelos ancestrais do filósofo e vinicultor Montesquieu.
O rótulo é o mesmo desde 1834. Esta safra foi escolhida pela Wine and Spirit Benevolente Society de Londres para ser servido no banquete de coroação do rei GeorgeVI, em 1836 no Palácio de Bunckingham.
Chateau Latour~Martillac se afirma cada vez mais nos terrenos dos grandes de apelação, mesmo sem nunca ter sido pequeno, pois é uma das seis propriedades de Bordeaux classificados Grand Cru, tanto nos tintos quanto nos brancos, mas se consolida como um ícone de Graves." 

Tive o prazer de ser presenteado com a safra 2006 de um vinho com tanta história... segundo o produtor o vinho estará em seu melhor por volta de 2020, tendo de ser decantado por 4h.

Resolvi seguir parcialmente o conselho e irei guardá-lo por alguns anos ... mas provavelmente não até 2020 hehehhe.

Como vou ficar devendo a prova do vinho coloco aqui a ficha técnica do mesmo:

  LATOUR MARTILLAC Rouge 2006  

Technique :  
  
Vendanges: du 13 septembre au 6 octobre 
  Mise en bouteilles : juin 2008 
  Barriques: 30 à 50 % neuves 
Durée d'Elevage:  16 à 20 mois  
  
Assemblage :   

54 % Cabernet Sauvignon     42% Merlot     4% Petit Verdot 
  
MétéoUn hiver long et un printemps favorable ont aidé une floraison rapide, annonçant des fruits 
homogènes. La sécheresse de Juillet, de même que le froid relatif du mois d’août, n’ont fait que ralentir la maturité des différents cépages, favorisant une riche constitution des raisins. 
En Septembre et Octobre, les vendanges se sont déroulées aux dates habituelles, et dans de bonnes 
conditions climatiques. Les températures du mois d’août ont permis la construction de beaux tannins. Par la suite, l’été indien a permis une maturité optimale des différents cépages. Les derniers jours de septembre ont été en particulier favorables au cépage Cabernet Sauvignon qui constitue la solide colonne vertébrale de ce 
millésime. 
Commentaire: A la mise en bouteille, les arômes de fruits rouges et d’épices sont bien développés. Ses tannins murs, ronds et bien construits laissent place à une finale longue. Grâce à cet équilibre, 2006 dispose d’un excellent potentiel de garde.         





sábado, 16 de junho de 2012

Licínio Dias - Ramos Pinto por João Nicolau de Almeida

Seguidores de Baco,

Tive o prazer nessa última segunda-feira de participar da degustação guiada da Ramos Pinto na Casa dos Frios das Graças.



A mesma não poderia ter sido melhor, já que foi guiada pelo enólogo João Nicolau de Almeida, filho de Fernando Nicolau de Almeida criador do mítico Barca Velha , enólogo da velha guarda com formação em Bordeaux, um dos responsáveis pela modernização do DOURO e por seus vinhos tais como conhecemos hoje. De fala mansa e ao mesmo tempo segura, João Nicolau apresentou e falou um pouco de seus vinhos, que diga-se de passagem são excelentes, desde o conhecido Duas Quintas que é o vinho mais simples da casa até o Duas Quintas Reserva Especial.

Vinhos degustados:

Duas Quintas Reserva Branco 2009 - Viosinho, Rabigato e Arinto.


Duas Quintas Tinto 2008 - Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional.


Collection DOC 2007 - Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca.


Duas Quintas Reserva Tinto 2006 - Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Barroca


Duas Quintas Reserva Especial 2008 - Castas Misturadas de Vinhas Velhas.


Adriano Reserva - Tinta Roriz, Tinta Cão e Touriga Franca.


Para mim a grande e boa surpresa da noite foi o Collection Douro 2007 que é um vinho português com certeza, porém com alma, vida e finesse francesa. Muito elegante e sedoso.

E finalmente o Duas Quintas Reserva Especial 2004, um vinho intenso em retrogosto, persistência e taninos polidos que podem ser muito bem apreciados agora ou esperar mais alguns bons anos, pois é um vinho com grande estrutura. Por fim o que mais me chamou a atenção nesse grande vinho foi um final finamente adocicado mas sem ser enjoativo... sensação incrível na boca.

Para Finalizar vejam o vídeo com as palavras de João Nicolau sobre a fermentação dos vinhos tintos em baixa temperatura e o quanto os vinhos do Douro ganharam com isso.



João Marcos Bueno Afonso de Barros Santos.













quinta-feira, 31 de maio de 2012

Prova dos Vinhos do Vale do São Francisco

Seguidores de Baco,

Tivemos na sexta-feira (25/05)  no restaurante o Pátio Café a degustação e avaliação dos vinhos do Vale do São Francisco, organizada pela jornalista Mariana Lobo contando com a presença de alguns conhecedores e enófilos, entre os quais eu estava presente.



A prova dos vinhos foi às cegas, o que proporciona uma real avaliação dos vinhos, já que não somos influenciados pela marca, valores e etc...


Primeiro avaliamos espumantes da uva moscatel do qual saiu vitorioso o Rio Sol que mostrou muita elegância, doce e acidez na medida certa, muita vivacidade... a cara do Vale.



Na segunda etapa avaliamos os vinhos tintos do Vale... Ficando em primeiro lugar o Testardi Syrah da Miolo,  em segundo o Paralelo 8 da Rio Sol e em terceiro o 1501 da Botticelli.
Esses vinhos mostraram muito bom equilíbrio e vivacidade, mostrando que o Vale do São Francisco já está a produzir vinhos de qualidade.



Depoimentos dos Especialistas:



 
Essa avaliação faz parte do especial do jornal Diário de Pernambuco intitulado: Vinhos do Sertão.

Segue o link para conferir a matéria completa: http://www.dpnet.com.br/gastronomia/especiais/2012/vinicolas/index.shtml

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A elegância do Rioja Reserva

Seguidores de Baco,

Acho que todo apreciador de vinhos passa por essa fase após ter provado um bom bocado deles . A fase que aqui vos falo é aquela em que procuramos nas garrafas não só potência, muita fruta e muita madeira.... Mas sim a elegância...
Elegância essa que se mostra através dos vinhos pela complexidade de aromas e sabores, a capacidade de nos mostrar em cada gole ou cheiro uma sensação diferente, mas extremamente equilibrada.

Você poderia rebater dizendo que para se tomar esses vinhos você teria de desembolsar somas exorbitantes para adquirir os Grand Cru franceses, por exemplo, mas digo-lhes que não ... é possível provar disso através dos maravilhosos reservas de Rioja.

O escolhido para prova foi o Marqués de Riscal Reserva 2006... Um vinho complexo, vivo e elegante... No meu ver se encontra no auge ou talvez dure mais uns dois anos, mas não mais que isso.






No olho mostra um halo de evolução já indo para o acastanhado.
No nariz fruta preta madura e um tostado, balsâmico e especiarias.
Na boca mostra taninos domados, muito equilíbrio com sabor intenso e excelente persistência.

Enfim um grande e elegante vinho.